quinta-feira, 20 de março de 2008

Antagonismo


Antagonismo

Quando minha ausência se fez a ti presente;

e do vazio uma completude estranha rompeu.

Tua presença levou embora minha ausência;

Semeando orquídeas pelo caminho

de pântanos alagados e sombrios.

Levou embora minha ausência

trazendo sem ela a nitidez;

Um feixe de luz distribuída

numa exata proporção à escuridão presente.

Sem esta minha ausência,

sol e lua se encontraram;

Dia e noite se fundiram;

Já não eram mais os mesmos;

Já não éramos mais os mesmos,

minha ausência e tua presença!

E assim: amanhecemos, entardecemos e anoitecemos...

em um tempo único!

Não se sabe mais o que é carência,

o que é desejo e o que é vontade!

O pensamento em ti, a presença em ti,

já não estão ausentes!

Lanço-me neste tempo colorido.

Nesta mistura de cores

que entre manhã, tarde e noite

rompe no horizonte.

E assim trancafio a tirana razão

no calabouço

de seus castelos lógicos,

castelos humanos, calculados;

que há muito se instruiu ...

e sigo assim...

pois levastes embora minha ausência...

sigo sem distinguir os opostos...

pois sempre haverá apenas duas direções
em tua presença!


Mai em 20/03/2008

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