terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ilusão e pensamento


As pessoas nos dizem para acreditar e em que devemos acreditar!
Como se a crença fosse um objeto que simplesmente pudéssemos tomar posse!
Acreditar é ter confiança! É algo que pertence apenas ao sujeito que confia!
É um sentimento que além de subjetivo é algo que paira sobre a verdade! Acreditamos em algo que não podemos constatar... Se assim não fosse não diríamos acreditamos mas apenas sabemos, conhecemos! Seria bom acreditar... Simplesmente porque queremos... e tudo como em um passe de mágica se resolveria! Viveríamos iludidos todo o tempo... e assim sem consciência dos problemas eles não existiriam para nós. A Ilusão serviria para sonhar....para esquecer....para se consolar! Acreditar... Palavra forte, mas que trás consigo a ilusão, a ilusão de tentar enxergar as coisas como elas não se mostraram ser... Ou quando nem se tem este possibilidade do não mostrar, ainda quando se tem a consciência de que algumas coisas no mundo nunca serão desveladas! Como seria confortante acreditar no que professam muitos!...Infelizmente o querer não basta!
As coisas são o que são e não como devem ou queremos que sejam! Devemos conhecer as coisas como são, amá-las como são e nesse mundo repleto de realidade e ilusões devemos também ser ....simples como as coisas são... e tudo será menos complicado, menos explicado e tudo se tornará mais sentido!Pois não somos coisas apenas para nós mesmos e isto também é algo de subjetivo! Abandonar o mundo da fantasia não é abandonar o encanto, mas mudarmos a direção do nosso olhar, e assim, poder voltar a enxergar o encanto do real que a muito se perdeu...Já não vemos encanto no outro, no sol, na lua, no mar, na flor e em nós mesmos! Há mais mistérios no real do que podemos supor e ainda assim continuamos a criar ilusões! Continuamos a tentar explicar o inexplicável... A extinguir o inexorável....buscamos sempre as últimas gotas do pote.E na vida ...se não encontramos o pote...o nada e a ausência nos amedrontam...surgem daí as ilusões...da fuga da realidade... da busca pela última gota do pote que deve ser imaginado... criado por nossa mente....ilusão....porque simplesmente, na realidade ele este nunca esta aí, estando ao mesmo tempo sempre presente!


Maira Motta em 25/02/2007

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A Vida só é possível se reinventada.


A vida só é possível reinventada.

Anda o sol pelas campinas e passeia
a mão dourada pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas que vem
de fundas piscinas de ilusionismo...— mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível reinventada.
Vem a lua, vem, retira as
algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira!
Mentira da lua, na noite escura.
Não te encontro,
não te alcanço...Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível reinventada.


Cecília Meireles

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Das Leben der anderen" - A vida dos outros


Um filme indescritível! De uma sensibilidade fora de série, só assistindo para conferir!!! A atuação de Ulrich Mühe (Gerd Wiesler) e Sebastian Koch (Georg Dreyman)me emocionaram e despertaram em mim uma angustia e um turbilhão de sentimentos durante todo o filme. O roteiro não poderia ser melhor desenvolvido, a riqueza de cada cena e a precisão de cada diálogo sem dúvida deve ter contribuido para o grande sucesso deste filme! É este o primeiro grande sucesso do diretor Florian Henckel von Donnersmarck, nascido em Colônia na Alemanha. O filme foi premiado como melhor filme na 19ª edição do European Film Awards, cuja cerimônia ocorreu em Varsóvia ,sendo premiado também o roteiro e Ulrich Mühe, protagonista do filme que recebeu o prêmio de melhor ator!Vale acrescentar que foi indicado pela Alemanha ao Oscar de melhor filme estrangeiro e como era de se esperar levou para casa o prêmio!!!


"A história se passa na Berlim oriental, em novembro de 1984. Cinco anos antes do fim da República Democrática Alemã (a DDR). O governo oriental busca assegurar seu poder através de um cruel sistema de controle e vigilância sobre os cidadãos. O capitão Anton Grubitz (Ulrich Tukur) busca ser promovido em sua carreira, com o apoio dos mais influentes círculos políticos da época, e para isso dá a um fiel agente do sistema, o protagonista do filme, Gerd Wiesler (Ulrich Mühe) o encargo de coletar evidências contra o bem-sucedido dramaturgo Georg Dreyman (Sebastian Koch) e sua namorada, a atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck).Entretanto, a "operação" tem um desdobramento surpreendente: ao submergir no mundo e nas vidas dos observados, o agente passa por mudanças profundas. A imersão nas vidas destas duas pessoas (daí o nome do filme "Das Leben der Anderen" - A Vida dos Outros), tanto em relação ao seu relacionamento amoroso, quando a suas formas de pensar e se expressar, torna Wiesler consciente da pobreza de sua própria existência. Isso lhe abre um mundo desconhecido, ao qual ele tentava até então resistir. "(Informações extraidas do site da CCBA- Centro cultural Brasil-Alemanha).

Não deixem de assistir a esta obra prima!!!

Abraço,

Maira Motta

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Alma Gêmea


"Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte."

Richard Bach
Imagem
Alma Gêmea - Bruno Lopes
Artista Plástico

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Vivendo...

VIVENDO...
Nós, incautos e efêmeros passantes,
Vaidosas sombras desorientadas,
Sem mesmo olhar o rumo das passadas,
— Vamos andando para fins distantes...
Então, sutis, envolvem-nos ciladas
De pequenos acasos inconstantes,
Que vão desviando, a todos os instantes,
A linha leviana das estradas...
Um dia, todo o fim a que chegamos,
Vem de um nada fortuito, entretecido
Nas surpresas das horas em que vamos...
Para adiante! Ó ingênuos peregrinos!
Foi sempre por um passo distraído
Que começaram todos os destinos...
Raul de Leoni

Força Maldita

Eras fraco e feliz, sem meditar,
E na tua consciência vaga e obscura,
A vida, sob um luar de iluminura,
Era um conto de fadas para o olhar.
Um dia, um rude e pérfido avatar
Vestiu-te de uma força ingrata e impura,
E sonhaste a ciclópica aventura
De o espírito das cousas penetrar.
Mas, ah! homem ingênuo, desde quando
Deste o primeiro passo da escalada,
Foste, como um tristíssimo Sansão,
Na fúria da tua obra desgraçada,
Estremecendo, aluindo, derrubando
As colunas do Templo da Ilusão!...
Raul de Leoni