segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Força Maldita

Eras fraco e feliz, sem meditar,
E na tua consciência vaga e obscura,
A vida, sob um luar de iluminura,
Era um conto de fadas para o olhar.
Um dia, um rude e pérfido avatar
Vestiu-te de uma força ingrata e impura,
E sonhaste a ciclópica aventura
De o espírito das cousas penetrar.
Mas, ah! homem ingênuo, desde quando
Deste o primeiro passo da escalada,
Foste, como um tristíssimo Sansão,
Na fúria da tua obra desgraçada,
Estremecendo, aluindo, derrubando
As colunas do Templo da Ilusão!...
Raul de Leoni

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